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Mais luz, menos luz. Os olhos estão preparados para adaptar o desempenho visual, da melhor forma possível, a cada situação específica. Mas “tudo o que é em exagero é mau”. Explicamos o que acontece quando os olhos são obrigados a esforçar-se em demasia…
O olho humano possui mecanismos de defesa próprios que protegem das luzes naturais e artificiais demasiado fortes e brilhantes, como o piscar de olhos e outras reações que ocorrem inconscientemente, e que garantem um ajuste em situações de fraca luminosidade. Se tirarmos da equação a questão dos raios solares UV ou do olhar direto para o Sol – o que não significa que estas não sejam premissas muito importantes! (ver caixa) –, a variação de luminosidade não causa danos na saúde ocular. Assim, a resposta à pergunta “a luminosidade é um problema para a visão?” é nim, uma mistura de não e sim.
Porquê o sim aos problemas, se o olho tem a capacidade de se autoproteger? Questiona, e com razão! A luminosidade não é um problema grave e com consequências diretas para a visão. Não provoca efeitos nocivos nos olhos, é verdade, o que não significa que não haja consequências a outros níveis. Ao dificultar a visão, a luz desfavorável – demasiado forte ou insuficiente – obriga os olhos a esforçar-se mais para obter uma visão nítida. Resultado: fadiga ocular.
Os olhos são um órgão do corpo humano particularmente vulnerável a um vasto número de agentes irritativos. A luz é um deles.
Mesmo para aqueles que usam óculos de sol regularmente, há um fator importante a registar: se os óculos não estiverem ajustados corretamente à situação de luminosidade, não pode desfrutar de todo o potencial da visão sem que haja consequências. Com ou sem óculos, situações de luminosidade excessiva ou de fraca luminosidade, durante longos períodos de tempo, exigem um grande esforço por parte dos olhos, podendo surgir sintomas visíveis: dores de cabeça, dores de pescoço, tonturas, ardor, comichão.
Ao contrário da ausência de danos relacionada com a variação da luminosidade, o mesmo não podemos dizer de quando olhamos diretamente para o Sol. Aí, há perigos sérios. Olhar diretamente para o Sol faz com que o cristalino foque a luz diretamente na retina, o suficiente para causar danos permanentes nas células devido aos efeitos térmicos. No momento em que se dá esse contacto direto, os recetores na córnea são sobre-estimulados e a visão desativada. Geralmente, ocorre aquilo que chamamos de “cegueira temporária”. Se o contacto for prolongado, os danos estendem-se.
A radiação ultravioleta está sempre presente, ao longo de todo o ano, seja verão ou inverno, primavera ou outono. Tanto em dias de sol como de céu encoberto. Aliás, nos dias de tempo nublado, a exposição aos raios UV pode chegar aos 75% ao nível do solo.
Apesar de a exposição solar ter efeitos benéficos – produção de vitamina D, estímulo da melanina –, quando é feita sem qualquer proteção durante longos períodos de tempo, é causa de lesões cutâneas, rugas e até mesmo cancro de pele, assim como uma série de problemas e doenças nos olhos: cataratas, melanoma ocular, pterígio e fotoqueratite.
Devemos ter em atenção que os olhos são o único tecido interno do corpo que está exposto à luz ultravioleta. É aconselhado o uso de óculos de sol com lentes de proteção dos raios UV entre os 99% e os 100%.
Quando observamos objetos, percebemos a necessidade de estes serem iluminados por uma fonte de luz para distinguir e registar informações como cor, volume e forma. O olho necessita de um certo nível de intensidade de luz para a retina a transformar em imagens. Quando em quantidade excessiva, é necessário um maior esforço da retina para o efeito.
Quanto mais brilho existe, mais pequena a pupila se torna. Menos luz, maior a dilatação da pupila. É desta forma que os olhos se adaptam a diferentes intensidades de luz. Quando observamos objetos em situação de quantidade de luz excessiva, mesmo que artificial, as células sensoriais responsáveis pela visão a cores – os cones – garantem essa adaptação naturalmente.
No entanto, os óculos de sol com lentes de qualidade certificada – além de garantirem proteção contra os raios ultravioleta – são o auxílio extra para uma visão mais confortável no exterior. Os olhos vão agradecer. Sempre que sentir incómodo ou desconforto visual com a luz solar, é recomendável o uso de óculos de sol.
Quanto mais sensíveis à luz forem os olhos, mais escuros devem ser os óculos de sol. As lentes claras ou em degradé são mais indicadas para dias nublados ou com pouco sol. As lentes mais escuras são mais adequadas para dias de luz solar forte.
Atenção! Importa sublinhar que o nível de transmissão de luz permitida pelos óculos de sol deve variar também para a condução. Existem lentes solares específicas para cada situação e para cada atividade. Além disso, as lentes fotocromáticas ajustam automaticamente a intensidade de tom perante diferentes condições de luminosidade.
Os óculos demasiado escuros não permitem uma boa visibilidade para a condução segura. Para conduzir num dia nublado ou à noite, os óculos devem permitir uma transmissão de luz entre os 80% e os 100%. Num dia bastante soalheiro, essa transmissão deve estar entre os 18% e os 43%. Nunca devem ser usados óculos de sol com a densidade máxima, que anda entre os 3% e os 8% de transmissão de luz.
Para proteger a 100% os olhos dos raios UVA e UVB, opte por lentes com fatores de proteção solar para os olhos (E-SPF 50+). Da mesma forma que funciona um creme de proteção solar para a pele, um SPF com índice mais alto significa uma maior proteção para os olhos. E-SPF = EYE-SUN PROTECTION FACTOR – Índice de Protecção Solar Ocular
Já alguma vez sentiu dificuldade em olhar diretamente para a luz ou permanecer em ambientes claros? Então, é possível que sofra de fotofobia, uma condição de sensibilidade à luz que provoca pequenas irritações ou situações mais graves. Em casos leves, um baixar de olhar ou cerrar os olhos é o suficiente para aliviar os sintomas. Em casos graves, a dor resultante da exposição a qualquer tipo de luz pode ter como consequência a consulta médica imediata.