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Um mal-estar ocular ao final do dia, um afastar necessário para conseguir ler ao perto, uma dificuldade em focar palavras, um semicerrar os olhos para ver ao longe, são alguns sinais que indicam que talvez precise de usar óculos ou de ajustar a graduação.
Passamos demasiadas horas em frente aos computadores e outros dispositivos digitais, muitas vezes numa posição inadequada, usamos o smartphone em qualquer pausa do dia, descuramos muitas vezes a nossa saúde visual e não marcamos consultas de rotina com um especialista da visão com a regularidade devida. Todos estes desafios diários, de rotinas de trabalho intensas, têm consequências na saúde visual. A consequência: são cada vez mais comuns os casos de ametropia e anomalia visual, em especial a miopia e a fadiga visual.
Até 2050, estima-se que metade da população mundial apresente algum problema de visão, na sua grande maioria, miopia, de acordo com um estudo divulgado pela Ophtalmology, publicação da Academia Americana de Oftalmologia
Os sintomas são vários e são também facilmente identificados. A maior dificuldade está na rapidez de ação. Normalmente, por serem sintomas esporádicos, tendem a ser ignorados com facilidade. Apesar disso, e a longo prazo, podem causar danos na visão se não procurar um especialista da visão no imediato.
Se é habitual sentir dor ou pressão na zona da testa, especialmente ao final de um dia de trabalho, talvez seja um aviso de que há alguma anomalia visual. Se não existem alterações na rotina, sem noites de sono especialmente complicadas e, ainda assim, existem dores de cabeça, sobretudo concentradas na testa, é um sintoma de que talvez precise de óculos. Fique atento à frequência das dores de cabeça e não deixe avançar muito tempo até consultar um especialista da visão. As dores de cabeça são um dos principais sinais de que a graduação pode estar desatualizada.
Aquilo que habitualmente chamamos de vista cansada é uma perda da capacidade de acomodação que se vai desenvolvendo com o tempo. Com a idade, podemos vir a sentir mais dificuldade em ver ao perto, sobretudo em ações que considerávamos simples, como ler o talão das compras, um livro, uma revista, ou os alertas que surgem no ecrã do telemóvel. O hábito mais comum é afastar os objetos ou inclinar a cabeça para trás – síndrome do “braço curto”.
Ocorre, sobretudo, quando praticamos tarefas visuais muito exigentes como conduzir, ler, ver televisão e no uso de dispositivos digitais. O aparecimento de dores de cabeça, ardor, olho vermelho, sensibilidade à luz, lacrimejo e pestanejo excessivo são sinais de que os olhos precisam de descanso.
O tratamento da fadiga visual depende da causa e pode ter diferentes origens: refrativa (ametropias), patológica (por exemplo, olho seco) ou ambiental (verificar ergonomia e condições de trabalho).
À noite, o impacto das múltiplas fontes de luz – como a iluminação dos automóveis, dos faróis, dos sinais de trânsito, dos edifícios –, na nossa visão, provoca um sentimento de insegurança devido ao encandeamento. Esta falta de segurança na visão noturna está relacionada com a dificuldade de adaptação à luz, com a redução da visão periférica, com a maior sensibilidade aos contrastes, com a maior demora no tempo de resposta e com a dificuldade de perceção de movimentos.
É importante sublinhar que a visão não está adaptada ao ambiente noturno. Cientificamente, as células Rod ou os bastonetes são os únicos fotorreceptores na retina que reagem à baixa luminosidade, aquilo que chamamos de visão escotópica ou visão noturna.
A sensibilidade do olho é diferente consoante seja dia ou noite. À noite estamos expostos a múltiplas e intensas fontes de luz que provocam reflexos e brilhos nas lentes oftálmicas. Estes reflexos e brilhos intensos perturbam os bastonetes, causando desconforto e redução da acuidade visual.
Minimizar a intensidade dos brilhos é fundamental para manter a acuidade visual, dia e noite. Existem tratamentos anti-reflexos específicos nas lentes oftálmicas, que minimizam essa intensidade e proporcionam até menos 90% dos reflexos à noite – comparativamente a uma lente oftálmica standard sem tratamento –, maior tolerância aos brilhos intensos e que diminuem a sensação de encandeamento por parte do utilizador.
A sensibilidade à luz também ocorre consoante a intensidade de luz do computador ou da iluminação ambiente. Quando há ardor ocular, quando sentimos a necessidade de pestanejar ou quando aparecem zonas de visão nublada ou pequenos halos luminosos, pode ser sinal de cansaço ocular. As lentes com filtro azulado, neste caso, minimizam o incómodo que as luzes dos aparelhos eletrónicos emitem, protegendo também os olhos da luz azul nociva emitida por estes.
A sua correção refractiva foi a correta no momento em que fez a consulta, mas passados alguns anos, e com as mudanças que fazemos na forma como utilizamos a nossa visão, é normal não nos sentirmos confortáveis com os óculos que estamos a usar ou sentirmos necessidade de ajuda na saúde visual. Por essa razão, o melhor é consultar o seu especialista da visão