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Exposição excessiva à luz azul-violeta nociva pode levar ao desenvolvimento de anomalias visuais.
Basta olharmos à nossa volta para percebermos a dimensão do impacto dos dispositivos digitais na nossa vida. Trocar mensagens, ler notícias, fazer compras, jogar, navegar pelas redes sociais. São ações diárias que, muitas vezes inconscientemente, levamos a cabo enquanto passeamos pelas ruas, fazemos uma pausa para café, passamos o tempo nos transportes públicos, descansamos até serem horas de ir para a cama. Se neste momento olhar em redor, o mais certo é que alguém – pelo menos uma pessoa – esteja de smartphone na mão. Se não for esse caso, talvez consiga avistar alguém com um tablet ou de computador pela frente…
O uso em demasia destes aparelhos tem consequências para a visão. Um dos principais problemas apontados pela Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) prende-se com o desenvolvimento da miopia, a dificuldade em ver ao longe, que cada vez mais aparece mais cedo e em graus muito maiores do que nas gerações anteriores. Tem tudo a ver com o esforço acomodativo: o hábito de ver coisas pequenas muito de perto, em movimento ou no escuro, faz com que o cérebro entenda que o que importa é a visão de perto. É certo que esta perceção faz com que a visão ao perto vá ficando cada vez melhor. O problema está na visão ao longe. Cada vez mais descurada, cada vez pior.
Há três hábitos que prejudicam a visão quando utiliza estes aparelhos eletrónicos:
Aproximar demasiado os olhos do ecrã é um erro. Não é novidade: “Não te chegues à televisão!” é uma expressão que ouvimos, diversas vezes, na infância, da boca de pais, educadores, especialistas. A questão é que a proximidade deve ser tida em conta também quando falamos de telemóveis, tablets, computadores e mesmo livros. Quarenta a sessenta centímetros de distância é o indicado para qualquer uso destes pequenos ecrãs. É preferível aumentar o tamanho das letras do que aproximar o ecrã!
Regra: 20/20/20. Nunca é demais repetir. A cada 20 minutos, desvie o olhar e foque um objeto a pelo menos 6 metros de distância (20 pés) durante 20 segundos. Para evitar consequências graves, o melhor é começar desde cedo. Reduzir o brilho dos monitores, ajustando a visibilidade para que seja agradável à vista. Não deixe o fundo nem muito claro nem muito escuro.
Acorda e a primeira coisa que faz é pegar no telemóvel. Arranja-se, sai de casa, entra no metro ou autocarro e… pega no telemóvel. Entra ao serviço. Na pausa para café ou almoço, volta a pegar no telemóvel. À hora de sair, faz todo o percurso inverso. Na companhia do telemóvel. Chega a casa e, enquanto o jantar não está pronto, o que é que faz? Pois, pega no telemóvel. Estamos a falar de uma situação que pode até parecer exagerada, mas que é real. Em todas as faixas etárias!
Especialistas da saúde visual recomendam que se passe pelo menos uma hora ou uma hora e meia por dia em atividades ao ar livre, de preferência em locais bastante abertos para que se estimule a visão. É o mínimo que pode fazer!