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A Visão cortina
Quatro anomalias visuais frequentesQuatro anomalias visuais frequentes

Quatro anomalias visuais frequentes

Miopia, hipermetropia, presbiopia,… são nomes que podem parecer tão complexos quanto a composição do próprio olho, o órgão mais utilizado dos cinco sentidos. Saiba quais são as principais anomalias visuais: as causas, os sintomas e as soluções.

Uma boa visão é essencial para tudo o que gira à volta da nossa existência. Parece dramático? Obviamente não se equipara à dependência humana sobre a água ou a alimentação, mas arriscamos a dizer que está num patamar logo abaixo. Não duvide: 80% da informação que recebemos chega-nos pelos olhos. É através da visão que ganhamos a possibilidade de aprender, trabalhar e interagir com o mundo. No entanto, nem sempre lhe damos o devido valor.

Muitas pessoas continuam a esquecer a saúde visual. Deixamos passar as primeiras queixas. As segundas. As terceiras… “Espera, deixa-me chegar mais perto para ver”, “ora traz cá essa revista…”, “não consigo ver bem o que diz ali, podes ler por mim?”. Só quando realmente chegamos ao ponto em que nos apercebemos de que perdemos parte da independência e algo de qualidade de vida é que decidimos que está na hora de tomar medidas. Nada mais errado! Quanto mais cedo atuar, melhor. Corrigir e proteger os olhos, assim como prevenir patologias mais graves, é meio caminho andado para melhorar a qualidade de vida.

Conheça as causas, os sintomas e as soluções para as principais anomalias visuais e dê o primeiro passo: verificar os seus olhos e fazê-lo regularmente.

1. Miopia

Muito provavelmente, é a anomalia visual mais reconhecida e debatida. Atualmente, afeta um número crescente de pessoas em todo o mundo (entre 20 e 30% da população mundial), especialmente as da faixa etária mais jovem, o que pode ser explicado de duas formas: cada vez menos atividades no exterior e, inversamente proporcional, um uso mais intensivo de ecrãs. Alguns dados a ter em conta: a miopia está presente em 1% das crianças aos 5 anos, 8% aos 10 e 15% aos 15. É ligeiramente mais frequente no sexo feminino.

O sintoma mais comum é a visão desfocada ao longe. Os sinais a ter em atenção? Franzir os olhos para conseguir ler as legendas de um filme, descodificar matrículas dos carros ou mesmo ver os sinais de trânsito na estrada enquanto conduz. Nas crianças, esteja especialmente atento se escrevem muito próximo do caderno ou se tendem a sentar-se muito perto da televisão, se há queixas frequentes de dores de cabeça ou se nota um lacrimejar excessivo. Estes sintomas valem também para os adultos mais distraídos.

Quanto maior o grau de miopia, mais perto tem de estar do objeto para que o consiga ver nitidamente. Se o trabalho diário implica fazer um uso especial da visão ao perto – ler, costurar, usar o computador –, se um dos seus pais for míope ou, ainda, se tiver nascido prematuramente, saiba que é mais propenso a desenvolver miopia. A compensação é feita através de uma lente que recoloca a imagem sobre a retina e restitui uma visão perfeita até ao infinito.

Sabia que miopia significa que o olho é incapaz de focar os raios de luz? Naturalmente, os raios deveriam espalhar-se uniformemente sobre uma pequena área da retina de forma a produzir uma imagem nítida. Na miopia, o que acontece é que os raios de luz se concentram apenas à frente da retina, desfocando o que se vê ao longe, mas não ao perto.

2. Hipermetropia

Apesar da dificuldade em ver ao longe, quem tem miopia vê bem ao perto. O inverso acontece a quem sofre de hipermetropia, a anomalia que define o olho como “demasiado curto” ou, por outras palavras, não suficientemente potente para se percecionar uma imagem totalmente nítida quanto maior for a proximidade ao objeto. Para corrigir, é utilizada uma lente convergente que recoloca a imagem sobre a retina.

Até aos 35/40 anos, a hipermetropia pode passar despercebida. Esteja atento! A partir do momento em que se começa a sentir dificuldades, vai sentir necessidade de ajustar e acomodar a visão constantemente. Esse esforço permanente vai provocar fadiga ocular e dores de cabeça – as queixas mais comuns, mais frequentes ao fim da tarde e depois do trabalho. Mas atenção, não significa que a anomalia só aparece a partir desta faixa etária! Aliás, a forte hipermetropia é facilmente percetível nas crianças, normalmente acompanhada de estrabismo.

3. Presbiopia

Neste caso, trata-se de uma evolução natural do sistema visual. Ninguém nasce com presbiopia, mas todos a desenvolvem ao longo da vida. O mais provável é chegar aos 40 anos e começar a notar os efeitos do envelhecimento. Não é só a pele a sentir os efeitos da perda de firmeza com o passar dos anos! Na visão, o cristalino do olho vai perdendo elasticidade e as consequências são mais do que puramente estéticas. A capacidade de acomodação ocular diminui com a idade, o que provoca uma dificuldade crescente em ver perfeitamente ao perto. A boa notícia é que a presbiopia tende a estabilizar depois dos 60.

Já ouviu falar da síndrome do braço curto? Pode parecer estranho, mas existe mesmo. Se já ultrapassou a barreira dos 40, a probabilidade de já ter manifestado algum dos efeitos desta “doença” é bastante alta: dificuldade em ler um livro, mensagens ou emails no smartphone… Basicamente, tudo aquilo que implica esticar o braço para o conseguir fazer. A correção da presbiopia deve ser feita de acordo com as necessidades e as expectativas de cada pessoa, tendo em conta as atividades tanto profissionais como de lazer.

4. Astigmatismo

Esta anomalia pode surgir individualmente, mas também pode estar associada a outras anomalias como a miopia, a hipermetropia ou a presbiopia. Quem tem astigmatismo não vê bem nem ao perto nem ao longe, tudo por causa da dificuldade em percecionar nitidamente os contrastes entre linhas horizontais, verticais e oblíquas, e em distinguir algumas formas e pormenores. Esta dificuldade está normalmente associada à curvatura da córnea, que nos astigmatas é mais ovalada do que redonda.

O mais comum é que se dê conta desta anomalia ainda em criança. Confundir letras e números, dificuldades em ler, desenhar ou escrever sobre a pauta são alguns dos sinais a ter em atenção. A compensação é feita através de lentes tóricas com curvas que anulam a deformação existente na córnea.

Quanto mais tarde for corrigida, mais consequências são provocadas na evolução da criança. É importante ter especial atenção às crianças com idade inferior a 5/6 anos. Se existir um astigmatismo significativo desde os primeiros anos de vida e não for corrigido até essa idade, pode desenvolver-se aquilo que chamamos de “olho preguiçoso” (em termos científicos: ambliopia). Esta interrupção do normal desenvolvimento da visão tende a tornar-se permanente e irreversível depois dos 5/6 anos.

Anomalia ou patologia?

Estas anomalias visuais são causadas por erros refrativos da visão, relacionadas com a forma como os raios de luz são capados pela retina, provocando falhas no envio das informações visuais. Estas podem ser compensadas com lentes oftálmicas, com hipótese, em certos casos, de correção por cirurgia. Mas anomalias não são patologias! Não devem ser confundidas com outros problemas mais graves na visão, como o glaucoma, a degeneração macular, o estrabismo, a neurite ótica, a cegueira…